sábado, 6 de maio de 2017

RELATÓRIO DE PRÁTICAS

Orientação para Relatórios de Disciplinas Experimentais

Um relatório é um relato detalhado de um experimento científico, geralmente realizado em laboratório. Aprender a elaborar um relatório significa, antes de tudo, aprender a organizar dados, informações e resultados obtidos e transmiti-los de maneira correta, segundo os critérios científicos aceitos no mundo todo. Assim, o relatório faz parte do experimento.
Devido a importância de se saber escrever bem dados científicos, o que também é de extrema importância para professores, após a realização de alguns experimentos desta disciplina, cada equipe de alunos elaborará um Relatório Cientifico. Este deverá ser entregue, impreterivelmente, uma ou duas semanas após a execução do trabalho experimental. Nesse relatório deverão contar obrigatoriamente, e na sequência indicada abaixo, os seguintes itens:

1- Título da Prática

2- Introdução

3- Objetivos

4- Parte Experimental

4.1- Materiais (Reagentes, Vidraria, Equipamentos)

4.2- Métodos (Descrição dos procedimentos)

5- Resultados e Discussão

6- Conclusões

7- Referências Bibliográficas

A seguir são apresentados alguns esclarecimentos para preparação de cada item.

Introdução

Compreende uma breve descrição do assunto central do experimento, de modo a apresentá-lo ao leitor, ou seja, inteirá-lo do que será feito e o porque da realização do experimento. Uma introdução pode conter também uma descrição teórica sobre o objeto em estudo extraída de livros textos relacionados ao assunto. Entretanto, não pode ser a cópia de um texto ou de qualquer outra referência pesquisada, mas sim uma redação que oriente o leitor para o problema estudado e sua importância

Objetivos

Parte do relatório onde são apresentados os objetivos específicos do experimento, ou seja, o que realmente se quer observar.

Parte experimental

Deve conter uma descrição precisa e detalhada dos procedimentos utilizados, inclusive modificações que tenham sido feitas no roteiro, informando todos os dados importantes como qualidade dos reagentes, solventes, tempo, temperatura da reação, métodos de análise, etc. Deve conter uma lista dos materiais, instrumentos, reagentes e soluções utilizadas.

Resultados e discussão

Esta seção é uma das mais importantes de um relatório. Primeiramente, os resultados obtidos devem ser apresentados da forma mais clara e completa possível, na forma de tabelas, gráficos, equações químicas, cálculos etc. Os dados devem estar inseridos dentro de um texto, seguindo uma sequência lógica e de fácil entendimento. Em seguida, os resultados obtidos devem ser discutidos, ou seja, comentados pelos autores. Devem discutir possíveis fontes de erro, correlacioná-los com os dados obtidos, e, sempre que possível, comparar os resultados obtidos com os da literatura. Estes itens podem, opcionalmente, ser apresentados separadamente.

Conclusão

Constitui numa análise critica e resumida do trabalho todo tendo relação estreita com os objetivos propostos. Neste item deve ser verificado se os objetivos específicos foram atingidos, podendo-se ainda fazer proposições que levem a melhores resultados.

Bibliografia

È a lista de livros ou obras de referência e artigos de revistas utilizados na confecção dos relatórios. No texto, deve haver citação de referência usando-se números entre colchetes para as referências (Exemplo: [1]). As referencias bibliográficas devem ser apresentadas segundo as normas da ABNT, como exemplificado abaixo:

a) Para citar livros:

1- KOTZ, J.C., TREICHEL Jr., P. Química e Reações Químicas, 4a ed., Rio de      Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002.p.250-71. v.I.       

   b) Para citar paginas da Internet:

1- http:// www.ufsj.edu.br. Acesso em: 11 março 2008.









quarta-feira, 12 de abril de 2017

AULAS 2017.1

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - UEMA 2017.1

ARQUIVOS DAS AULAS

1. BACTÉRIAS
1.1. Morfologia das bactérias
1.2. Fisiologia das bactérias - Meios de cultura
1.3. Genética de bactérias
2. FUNGOS
3. VIRUS
4. PROTOZOÁRIOS


PRÁTICAS

1. Exame bacterioscópico
2.  observação-de-microrganismos
2.1.   exame-a-fresco
2.2.  coloração-simples
2.3.  coloraçãoo-de-Gram
3. Preparo de  meios-de-cultura
4. Técnicas de semeadura  semeaduras
4.1. Semeadura por esgotamento
4.2. Semeadura por plate
4.3. Semeadura pós plate

quinta-feira, 30 de março de 2017

ALUNOS UEMA 2017.1



AMANDA CRISTINY DA SILVA LIMA
ANASTÁCIA DOS SANTOS GONÇALVES
 ANDRESA SOARES DA COSTA BRITO
ANNY KELLY CANTANHEDE FERNANDES
 ANTONIO EDMILSON CAMÊLO JÚNIOR
 CHARLES DARWIN FERREIRA CRUZ
CLEILTON LIMA FRANCO
CLEISON LUIS DA SILVA COSTA
DAIANE DA SILVA SANTOS
FRANCILDA RODRIGUES DOS SANTOS
FRANCILENE OLIVEIRA LIMA
FRANCISCO IDEILSON LIMA SOARES
JAILSON PEREIRA CAMPOS
 JAQUELINE OLIVEIRA MOREIRA
 JOSELICE DA SILVA PEREIRA
 JULIANA DA SILVA LUZ DE OLIVEIRA
JULIETE DA SILVA COSTA
LUZIANNY FARIAS RODRIGUES
MARCELE BRITO DA SILVA
MARIA JUCIELE RODRIGUES DA SILVA
MARIA SANTA PEREIRA DE FRANCA
MARLON CARLOS DA SILVA CINTRA
NATÁLIA FRANCISCA DA SILVA SOUZA
RITA DE KASSIA DOS SANTOS BARROS
VITÓRIA APARECIDA DOS SANTOS COSTA
VIVIANE DE OLIVEIRA ALMEIDA

WALISSON MICKAEL ALVES REZENDE

terça-feira, 31 de março de 2015

ALUNOS 01_2015




ALANA CRISTINA CUNHA BERNARDES
ALEX BRALL RODRIGUES SILVA  facebook
ALYSON MICHEL SILVA SOUZA
ANA CAROLINE ALVES MATOS
ANA KAROLINE SANTOS BATISTA PINHEIRO
ANNA VANNIEZY MARINHO DE BRITO
CARLOS LUIS NEVES JUNIOR  facebook
DANIELLE CRISTINE GOMES FRANCO
EDNA ANILZA SEMEDO DIAS LEGER
EVALDO BRUNO SOARES DA SILVA
GLEICK SANTOS MAIA SOUZA
GUSTAVO HENRIQUE CORREA SOARES
HUGO JOSE ALVES
IARA DA SILVA COSTA  facebook
ISLA RAFANNY PORTELA MACIEL
ITALO VINICIUS CANTANHEDE SANTOS facebook
JOELSON RAMOS DA SILVA
KARINA DA CONCEICAO OLIVEIRA
LORHAINNE MARJORE GOMES BASTOS
LUAN BARBOSA DA COSTA
MEYDSON BENJAMIM CARVALHO CORREA facebook
MYLENA SANTOS WANDERLEY
NATALIA CARINE ALMEIDA CONCEICAO
NICOLE CARVALHO PEREIRA
RAFAEL FRANCA LIMA
RAFAELA SILVA SEREJO
RAFAELLA SOUSA FERRAZ facebook
RAYSSA NASCIMENTO DOS SANTOS
REMY SANTOS CUTRIM
ROSANGELA BELFORT FERREIRA
SARA RAQUEL DUTRA MACEDO   facebook
TAINA CONSTANCIA DE FRANCA PINTO  facebook
TERESINHA DE JESUS COSTA SOEIRO
WILSON CARVALHO DA SILVA  Facebook














quarta-feira, 19 de março de 2014

ALUNOS 01/2014

GRUPO 01:
KAUE NICOLAS LINDOSO DIAS
MARCOS VINICIUS MARQUES DA SILVA
CAMILA DOS SANTOS PIRES
GABRIELA CRISTINA FONSECA ALMEIDA  < gab.cristinaf@hotmail.com >
RAFAELA SILVA SEREJO
VINICIUS MONTEIRO DE A. JUNIOR


GRUPO 02:
MATEUS DE LIMA CORREIA   <mateusdelimacorreia@hotmail.com>
VICENTE DE PAULA CAMPOS FREITAS  Facebook
EMILLY CAROLINE DOS SANTOS MORAES facebook
JESSICA FREIRE DOS SANTOS  Facebook

POENA PEREIRA DA SILVA
JOAO MANOEL DA SILVA
RODRIGO COSTA MENDES
JOAO MARCOS CABRAL MARQUES FREIRE
SUSANE XAVIER BRAS


GRUPO 03:
ALLYSSON KAYRON DE CARVALHO SILVA  Facebook    < allyssonkayron@hotmail.com
MILENA DOS SANTOS MARTINS   Facebook    < mylenasm2010@hotmail.com >
MARLLEN SANTOS DA SILVA
FERNANDA JENIFFER OLIVEIRA LINDOSO < Facebook   < Fernanda.jeniffer.oliveira@gmail.com >
EMANUELLY RIBEIRO SANTOS
SAMILA BRUNA FRANCA COELHO < >Facebooksamilabruna@hotmail.com > 

GRUPO 04:


ANNE CRISTINA SOUSA SILVA VIEIRA
BRUNO LEITE RODRIGUES
ARTHUR ANDRE CASTRO DA COSTA
JULIANA NUNES DINIZ
MAIRLA SANTOS COLINS
THALITA MOURA SILVA ROCHA
THIAGO BEZERRA SARMENTO
ANTONIO AUGUSTO LIMA TEIXEIRA JUNIOR

GRUPO 05:
LUANA CAROLINE SANTOS PINHEIRO
ALDA KAREN SANTOS PEREIRA
GIULIANA LEAO DE ARAUJO
NAYANNE KELLY DO NASCIMENTO COSTA
MARIA FABIENE DE SOUSA BARROS

GRUPO 06:
PATRICIA CELINA BARROS SILVA
YOHANA LIMA JARDIM
JESIEL PABLO CHAGAS COSTA  facebook            <Jesiel_pablo@hotmail.com>
LARA LARISSA PRADO CHAGAS
SUELMA DE JESUS OLIVEIRA MACIEL
SWELLEN STTEFFANIE PINHEIRO PINTO


SEMINÁRIOS

1) VIRUS DE INSETOS ( Kauê)
2) VIRUS DE PEIXE ( Nany)
3) VIRUS DE REPTEIS/ANFIBIOS (Jesiel)
4) VIRUS DE MAMIFEROS ( Larissa)
5) VIRUS DE AVES ( Alison)
6) VIRUS DE VEGETAIS ( Suelen)























segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

PRÁTICAS

SUGESTÕES E NORMAS PARA AS AULAS PRÁTICAS – 
NORMAS DE BIOSSEGURANÇA


          Nas aulas práticas de Microbiologia e imunologia trabalha-se com uma variedade de bactérias, algumas patogênicas para o homem. É essencial seguir as normas de segurança estabelecidas para um Laboratório de Microbiologia, a fim de evitar uma contaminação dos estudantes, professores e funcionários.
  1. Use um jaleco para proteger sua roupa;
  2. Os horários de aula deverão ser obedecido com rigor, tendo uma tolerância máxima de 15 min.
  3. É obrigatório o uso de jaleco e sapatos fechados para assistir as aulas práticas, pois além de proteger a roupa, condiciona o aluno à limpeza e disciplina;
  4. Antes de começar a trabalhar no Laboratório, leia o protocolo ou roteiro das técnicas. Procure compreender os princípios fundamentais de cada um;
  5. Cada prática deverá ser iniciada com breve explicação e instruções. Quando não entender o método ou a finalidade de algum experimento, pergunte;
  6. Anote cuidadosamente todas as observações;
  7. O Laboratório deve ser um recinto calmo. Evite falar em voz alta e sair desnecessariamente de seu lugar;
  8. Limpe a bancada com algodão umedecido com desinfetante, antes e depois dos trabalhos;
  9. Sendo alguns dos microrganismos patogênicos em potencial, é necessário desenvolver técnicas de assepsia ao manejá-los. Evite o contato da boca com as mãos, e atitude como fumar, comer ou umedecer as etiquetas com a língua. Após terminar o trabalho prático, lave as mãos com água e sabão;
  10. As alças e agulhas de repicagem devem ser flambadas antes e após a sua introdução nas placas e tubos de cultura. Estes deverão ser s flambados após a retirada da rolha e, também, antes de recolocá-la;
  11. Os meios de cultura semeados devem ser devidamente identificados (data, grupo e sala) e mantidos sobre a mesa para que os técnicos possam levá-los para a estufa;
  12. Após o uso, lâminas, lamínulas e pipetas devem ser colocadas em recipientes apropriados, com solução desinfetante, os quais se encontram sobre as mesas;
  13. Não coloque material contaminado nas pias;
  14. Ao lidar com vidros, cuidado para não quebrá-los e nem se cortar;
  15. Leia com atenção os rótulos dos frascos antes de utilizar as substâncias que eles contêm;
  16. Antes de qualquer observação microscópica, verifique as condições em que se encontra o microscópio (abertura do diafragma, posição do condensador, objetivas, oculares, etc.,). Após o uso, limpe as lentes com lenço de papel;
  17. Lavar as mãos ao sair do Laboratório e sempre que suspeitar de contaminação;
  18. Cuidado  ao acender o bico de gás (bico de Bunsen). Verificar se não existem substâncias inflamáveis por perto;
  19. Flambar alças, agulhas e pinças antes e após o uso;
  20. Avisar ao professor em caso de contaminação acidental.
  21. Identificar adequadamente o material de trabalho.
  22. Utilize o laboratório somente quando estiver realizando as práticas. Não risque as bancadas. O aluno deverá encontrar seu lugar limpo e assim deixá-lo para o colega seguinte. Se observar algo errado comunique ao professor para que ele possa tomar as devidas providências. Limpe seu lugar quando terminar o trabalho;
  23. Quando aquecer uma substância em tubo de ensaio, não aponte a extremidade livre para si nem para outra pessoa;
  24. Substâncias inflamáveis devem ser aquecidas em banho-maria ou chapa elétrica;
  25. Não atire material usado descuidadamente na pia, principalmente lâminas e lamínulas. Depois de usado, todo o material deve ser reposto no seu devido lugar;
  26. Ocorrendo qualquer acidente, avise imediatamente ao professor;
  27. Tome nota de todos os dados e resultados que for obtendo durante a realização da prática;
  28. Terminada a prática, não deixe material algum sobre as mesas de trabalho;
  29. É expressamente proibido fumar dentro do laboratório;
  30. Você irá trabalhar em grupo formado sob seu critério. Portanto escolha bem seus companheiros de trabalho.
  31. Os assuntos desenvolvidos nas aulas práticas durante o período poderão ser cobrados nas avaliações teóricas.
  32. Serão exigidos relatórios das práticas realizadas e as questões propostas respondidas

PRÁTICA 1: COLORAÇÃO DE GRAM

Objetivo: Observar formas, disposição e comportamento tintorial das bactérias. Distinguir bactérias Gram-positivas das Gram-negativas

Princípio: O método de Gram permite classificar  as bactérias em dois grandes grupos: as que retêm Violeta de genciana ( Gram-positiva ) e as que não retém o violeta genciana (Gram-negativa). Além do mais, é útil para determinar a forma ( cocos e bacilos ), e o arranjo das células após a divisão celular ( em forma de cacho, cadeias, sarcina  etc., ). As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente:
·      Comportamento tintorial: Gram-positiva ou Gram-negativa
·      Forma: cocos (esféricos), bacilos (cilindricos) e espirilos (espiralados)
·      Arranjo: Disposição das células entre si. Os cocos podem estar isolados, aos pares(diplococos), agrupados em cachos (estafilococos), em cadeia (estreptococos). Os bacilos e espirilos se apresentam em geral como células isoladas porém,  ocasionalmente,   pode-se   observar   bacilos  aos  pares (diplobacilos)  ou  em cadeia ( estreptobacilos ).

            Quanto ao tamanho, as células bacterianas são sempre de dimensões microscópicas, o diâmetro da maioria delas varia de 0,2 a 1,5 mm e comprimento de 1 a 6 mm.

Material: Reagentes de Gram: sol. cristal-violeta 2%; sol. aquosa de iodo (Lugol); mistura álcool-acetona; sol. alcoólica de safranina[1], Lâminas: Suporte para lâminas; alça de platina; Bico de Bunsen;  Microscópio; Óleo de Imersão

Método:
·         Cobrir a área do esfregaço com a solução  de cristal-violeta  por cerca de 1min.;
·         Lavar com água corrente e escorrer o excesso de água;
·         Cobrir a área do esfregaço com a solução de iodo durante cerca de 1 minuto;
·         Descorar a lâmina com a mistura álcool-acetona, até que o solvente escorra incolor;
·         Cobrir o esfregaço com a solução de safranina1 por cerca de 30 segundos;
·         Lavar com água corrente;
·         Deixar secar ao ar .





[1] Ou Fucsina de Ziehl diluida 1/10

REAGENTES PARA COLORAÇÃO DE GRAM
Cristal Violeta
Solução A
Cristal-violeta..........       2g             
Álcool etílico ............   20 ml           
Solução B
Oxalato de amônio ...... 0,8g   
Água destilada ............ 80 ml
MISTURA A + B
Lugol

Iodo ...........................1g
Iodeto de potássio ...... 2g   
água destilada ......   300ml


Contracorante
Solução estoque:
Safranina 2,5 g / 100ml
Solução uso: Diluir sol. estoque 1/10




Interpretação: As bactérias Gram-positivas retém o cristal-violeta e se apresentam com coloração violeta, enquanto as Gram-negativas são descoradas pelo álcool-acetona, sendo, portanto, coradas pela safranina e se apresentam róseas.

Comentários:

Em 1884, o médico Dinamarquês Cristian Gram descobriu, empiricamente, ao corar cortes histológicos com violeta genciana, através do método de Ehrlich (1882), que as bactérias que eles continham não eram descoradas pelo álcool, se previamente tratadas com solução de iodo. Ele adicionou a este procedimento um contra-corante (safranina, fucsina básica, etc.,) e estabeleceu, a partir dai, uma metodologia de coloração diferencial.
            Ao longo destes anos, o mecanismo de coloração de Gram foi sobejamente estudado. E nesta medida, muitas modificações foram propostas, sem contudo afetar substancialmente a idéia original.
Os microrganismos respondem diferentemente ao método. Há os que retém o pigmento característico do corante (cristal violeta) em vista da formação de um complexo com a solução iodo-iodeto (lugol), apesar da lavagem com álcool ou acetona, motivando uma desidratação da parede celular, diminuição da porosidade e da permeabilidade. São os Gram-positivos. E há os que permitem a remoção do pigmento do corante pela lavagem com álcool ou acetona, em decorrência da extração de lipídios da parede, o que leva a um aumento da porosidade celular. São os Gram-negativos. Tratando, os dois grupos, com contra-corante (safranina ou fucsina básica) observa-se que as células do primeiro (Gram-positivos) não são afetadas e permanecem azuis ou violeta; enquanto que para o outro (Gram-negativos) as células absorvem o contra-corante, tornando-as vermelhas.
A parede celular bacteriana apresenta particularidades na sua composição química. Este dado é absolutamente coincidente com a resposta à reação de Gram. A presença de maior teor de peptideoglicano nos Gram-positivos, tem sido apontado como fator determinante da retenção do complexo ao nível de parede. Tanto assim que os protoplastos, produzidos por ação de lisozima ou por efeito de penicilina sobre os Gram-positivos, não são capazes de reter o pigmento, após lavagem com álcool ou acetona. Portanto, a reação de Gram resulta essencialmente das interações do complexo, cristal violeta ou violeta de genciana e iodo, com o peptídeoglicano da parede celular, numa combinação ainda não de todo esclarecida, na qual a presença de ribonucleato de magnésio é mediadora da fixação do corante.
A reação de Gram tem largo relacionamento com o estado fisiológico da célula. As culturas jovens respondem melhor à diferenciação tintorial. As culturas velhas de Gram-positivas podem se apresentar como Gram-variaável, pela perda da capacidade de retenção do corante.
A coloração é hoje empregada com elevado significação taxonômica. Assim, são Gram-positivos quase todos os bacilos esporulados, móveis por flagelos peritríquios e a quase totalidade dos cocos. São Gram-negativos a quase totalidade dos bacilos não esporulados, móveis por flagelos peritríquios  ou polares, e todas as espiroquetas, apenas para citar alguns exemplos.

Questões
1.      A coloração de Gram possibilita caracterizar as bactérias quanto ao comportamento tintorial (Gram-positiva e Gram-negativa), morfologia (cocos, bacilos, espirilos) e arranjo (em cacho, em cadeias, aos pares). Qual o significado destas informações para a medicina?
2.      A coloração de Gram exerce alguma importância em diagnósticos clínicos de bactérias isoladas de infecções humanas e animais? Citar pelo menos um exemplo.
3.      Empiricamente, Gram estabeleceu uma sequência para a aplicação dos corantes que integram a metodologia. Comentar os resultados possíveis de serem obtidos com as inversões da sequência referida no método.
4.      Sabe-se que se a parede celular é o sítio preferido pela fixação da reação de Gram. Fazer um esquema mostrando esta associação, para o caso típico de uma bactéria Gram-positiva.
5.      Sendo o Gram um método de coloração diferencial, como esta reação pode ser empregada para a verificação do estado de pureza de uma determinada cultura?
6.      Comente o efeito da penicilina sobre a parede celular bacteriana, correlacionando-o com a reação tintorial de Gram.
7.      Comente a frase: “Uma bactéria Gram-negativa pode tornar-se Gram-positiva, dependendo do tempo de incubação da cultura, mas o inverso não é verdadeiro”.
8.      Os procedimentos realizados estão de acordo com o protocolo. Comente as alterações ou adaptações realizadas
9.      Relacione os matérias listados neste protocolo que não foram utilizados e quais outros materiais utilizados. Será que houve alguma falha no procedimento pela falta ou substituição do material?
10.  Quais as dificuldades encontradas na realização dessa prática?
11.  Os procedimentos de biossegurança foram seguidos com rigor? Quais os possíveis riscos de acidente de trabalho que os alunos e o professor sofreram? Comente sobre as normas de biossegurança.
12.  Elabore 10 questões a respeito da prática ao seu professor, para melhor esclarecimento das suas dúvidas


Prática 2: Preparo de Meios de Cultura

Objetivo: Familiarizar o aluno com o preparo dos meios de cultura mais usados em microbiologia; 
Discutir a aplicação de meios específicos para o cultivo de microrganismos distintos

Princípio: Os microrganismos, para um crescimento adequado, necessitam de nutrientes (fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fosfato, etc., ) e condições ambientais favoráveis (pH, pressão osmótica, temperatura, umidade, etc., ).
Meios de cultura são associação qualitativa e quantitativa de substâncias que permitem o cultivo de microrganismos fora do meio natural. Em condições naturais, nos diversos “habitats”, os microrganismos ocorrem em populações mistas. Os meios de cultura permitem isolar os microrganismos para estudo e pesquisa.

Material: Peptona, extrato de carne, ágar-agar,  ágar Mueller-Hinton, Caldo BHI, sangue de carneiro desfibrinado, tubos contendo 10ml de ágar-base,  pH-metron, placas de Petri estéreis, pipetas de 1ml estéril, balança, provetas.

Equipamentos: Autoclave, cronômetro, Banho-Maria a 55ºC 

Métodos
Caldo Simples
Peptona.....................5,0g
Extrato de carne  ......3,0g
Água destilada .... 1000ml
      Pesar os ingredientes, dissolver em água destildada e acertar o pH para  7,3. Distribuir em 2ml/tubo. Autoclavar120°C por 15'. Manter em geladeira.
Ágar Simples
Ágar.................... 15,0g
Peptona................. 5,0g
Extrato de carne ....3,0g
Água destilada ...1000ml
      Pesar os ingredientes e dissolver a quente. Acertar o pH para 7,3. Autoclavar 120°C por 15'. Distribuir em placas. Manter em geladeira.
Ágar Sangue 
            Adicionar sangue de carneiro desfribinado no ágar nutriente fundido e resfriado a 55ºC, na proporção de 5%, ou seja, para cada 10ml do ágar nutriente adicionar 0,5ml do sangue. Homogeneizar e distribuir em placas.

Ágar Chocolate

           Adicionar sangue de carneiro desfribinado no ágar nutriente fundido e resfriado a 70ºC, na proporção de 5%, ou seja, para cada 10ml do ágar nutriente adicionar 0,5ml do sangue. Homogeneizar e distribuir em placas.

Ágar Mueller Hinton
Composição (g/litro) 
Infuso de carne .......300g
Casaminoácido .......17,5g
Amido......................1,5g
Ágar .........................17g

pH final 7,3
Modo de preparação
          Suspender 38,0g em 1000 ml de água destilada ou deionizada e aquecer até ebulição para dissolver completamente. Esterilizar em autoclave durante 10 min.,  a 15 Atm pressão (121ºC), esfriar a 50ºC e distribuir em placas de Petri.

 Caldo BHI (Brain Heart Infusion)
Composição (g/litro)
Infuso de cérebro de carneiro...200g
Infuso de coração bovino ......  250g
Peptona proteosa, Difco .........  10g
Dextrose ................................... 2g
Cloreto de sódio ......................   5g
Fosfato disódico ....................  2,5g
Modo de preparação
         
           Dissolver 37 gramas em um litro de água destilada ou deionizada. Agitar até completa dissolução. Esterilizar em autoclave durante 15 minutos a 15 atm.
pH final 7,4

Comentários
                Desde o inicio, os microbiologistas aprenderam que podiam cultivar uma grande variedade de bactérias em “caldos”, obtidos pela cocção de tecidos animais ou vegetais. Em 1923, Mueller[1], tentando definir esta vaga necessidade, em termos de compostos específicos, descobriu o então desconhecido aminoácido,  metionina. A nutrição bacteriana tornou-se campo dinâmico durante os anos subsequentes; porém com o reconhecimento da unidade bioquímica, os vários esquemas nutritivos revelaram ser simplesmente pequenas variações de um tema central e o estudo da nutrição bacteriana perdeu muito de seu interesse teórico. Apesar disso, este campo detém sua importância prática e ainda apresenta desafios; por exemplos, o bacilo da lepra, o treponema da sífilis e riquétsias não podem ser cultivados em meios artificiais.
                Inicialmente, o único método existente para contagem de bactérias ou para o isolamento de culturas puras (clones), era a diluição até a extinção, isto é, até a perda da infectividade. Um progresso importante foi a introdução dos meios sólidos por Koch. Os materiais usados inicialmente eram pouco satisfatórios: a superfície da batata cortada podia permitir um crescimento confluente, enquanto que a gelatina permanecia sólida apenas em temperaturas relativamente baixas, sendo liquefeita por muitos microrganismos. Assim sendo, Frau Hesse, esposa de um médico e bacteriologista amador alemão, introduziu o ágar, um produto japonês que ela empregava  para engrossar as sopas.
                O ágar (do malaio “agar-agar”) é um polissacarídeo obtido de certas algas marinhas (várias algas vermelhas). Constitui-se primariamente de galactose, com um radical sulfato para cada 10 ou 50 resíduos. O ágar mostrou-se ideal para formar meios sólidos. Não é tóxico para a bactéria, e muito poucas conseguem atacá-lo. Em concentrações de 1,5 a 2,0% apresentam uma superfície úmida para permitir crescimento, mas seca o bastante para manter separadas as colônias (Excepcionalmente, certos microrganismos móveis, comoProteus, exigem ágar a 5% para impedir a formação do véu.
                Após a fusão entre 80 e 100ºC, as soluções de ágar permanecem líquidas até 45-50ºC, temperatura que muitas bactérias toleram por alguns instantes; após a solidificação em temperatura ambiente, permanecem sólidas até muito acima de 37ºC. A estrutura fibrosa de um gel é suficientemente compacta para impedir a movimentação de bactérias no seu interior, mas bastante aberta para permitir a difusão, até mesmo de nutrientes macromoleculares.

QUESTÕES
  1. O que são  meios de cultura e qual a sua aplicação na prática médica?
  2. Alguns microrganismos, como Micobacterium leprae, ainda não se conseguiu cultivar em meios de cultura. Quais as possíveis dificuldades e qual a importância desta técnica?
  3. O que são macronutrientes e micronutrientes ? Cite os principais exemplos
  4. Qual a função do ágar-ágar na formulação dos meios de cultura?
  5. Quais as influências da temperatura e tempo de incubação no crescimento bacteriano
  6. Como se classificam os microrganismos quanto ao D.B.O (Demanda Bioquimica de Oxigênio)?
  7. O que significa “crescimento”, quando aplicado a organismos celulares como as bactérias, e qual o processo de reprodução comumente encontrado nas mesmas?
  8. Descreva as fases do crescimento de uma célula bacteriana ao se desenvolver em um meio de cultura adequado
  9. Descreva sobre os principais fatores que interferem no crescimento bacteriano
  10. Qual a relação que existe entre o requerimento nutricional de um microrganismo e a formulação de meios de cultura?



AUTOCLAVE

VEJA ARTIGO ORIGINAL EM:

A autoclave é um aparelho muito utilizado em laboratórios de  pesquisas e hospitais para a esterilização de materiais. O processo de autoclavagem consiste em manter o material contaminado em contato com um vapor de água em temperatura elevada, por um período de tempo suficiente para matar todos os microorganismos.
A autoclave é formada por um cilindro metálico resistente, vertical ou horizontal, onde geralmente fica a resistência que aquecerá a água (A). Possui uma tampa que apresenta parafusos de orelhas (B) e permite fechá-la hermeticamente. Em cima da tampa estão a válvulas de segurança e de ar (C). Apresenta também uma chave de comando para controlar temperatura (D) e um registro indicador de temperatura e pressão (E).

AUTOCLAVAGEM PASSO A PASSO
Passo 1: Preparo do material a ser autoclavado
Antes de autoclavar é necessário preparar o material. As placas de Petri, espátulas, pipetas devem ser  embaladas com papel craft. Frascos com meio de cultura, água e soluções não devem ser totalmente  fechados. Geralmente é utilizada uma rolha feita de algodão hidrofóbico (que não molha) e gaze. Essa  rolha permite que o vapor entre dentro do frasco e esterilize a solução. Se o recipiente estiver totalmente fechado não haverá esterilização. É colocada uma fita adesiva indicadora de esterilização que mudará de cor após a autoclavação.
Passo 2: Verifique o nível da água.
Adicione água destilada suficiente para cobrir a resistência, de forma a impedir a oxidação do metal e danificação da resistência.Coloque o material no cesto (não coloque mais que um terço do volume do equipamento). Feche a autoclave, rodando as chaves dispostas. E ligue a autoclave no máximo.
Passo 3:
Atenção: Ao utilizar uma autoclave pela primeira vez, peça alguém que já tenha experiência com este aparelho para te acompanhar.
Então para começar ....
Ligue a autoclave na chave MAX. Espere até começar a sair um jato de ar residual e feche a válvula.Depois que fechar a válvula a temperatura e pressão começarão a subir.
Passo 4
Após aproximadamente 15 a 20 minutos, quando o registro estiver marcando 121° coloque na temperatura média. A partir desse momento começa a esterilização. Então deve-se marcar 15 ou 20 minutos, (dependendo do volume do material). Após esse período a autoclave deve ser desligada.
Atenção: Espere a temperatura abaixar antes de abrir o equipamento.
Retire o material ainda úmido da autoclave e deixe-o secar à temperatura ambiente ou em uma estufa. Observe que a fita indicadora mudará de cor.

VEJA O VIDEO EM: http://youtu.be/zY8Zj_ryeKk

Para saber mais

Existem inúmeras técnicas de esterilização. Na indústria os processos mais utilizados são a esterilização por vapor (autoclave), óxido de etileno e radiação ionizante. Esses dois últimos são empregados em  materiais que não suportam altas temperaturas, o que acontece na esterilização por calor úmido. Mas apesar de toda a tecnologia na área da esterilização muitos hospitais ainda utilizam panelas de pressão para esterilização dos materiais hospitalares e de forma eficiente as contaminações são evitadas


Prática 3: Técnicas de semeaduras

Objetivo: Desenvolver as técnicas básicas de semeadura de material para isolamento de germes

Princípio: Uma população microbiana, sob condições naturais, contém muitas espécies diferentes. Os microbiologistas devem ser capazes de isolar, enumerar, e identificar os microrganismos em uma amostra, para então classificá-los e caracterizá-los. Os microrganismos na natureza normalmente existem em culturas mistas, com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Ao determinar as características de um microrganismo, ele deve estar em cultura pura, ou seja, em que todas as células na população são idênticas no sentido de que elas se originaram de uma mesma célula parental. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores :
  • Considerações sobre a origem do material a ser analisado
  • A espécie que se imagina estar presente nesta amostra
  • As necessidades nutricionais dos organismos
Material: Alça de platina, meio sólido em placa (ágar Mueller-Hinton, ágar sangue, EMB, etc.,), tubos contendo 10ml de meio Mueller-Hinton, pipetas de 1ml,  tubos com 4,5ml de salina estéril, alça de Drigalsky, bico de Bunsen, swab estéril, galeria para tubos de ensaio, placas de Petri estéreis, becker de 100ml com álcool, estufa a 37ºC, banho-maria a 100ºC, material biológico (saliva, sec. nasal, sec.ouvido, sec.orofaringe,  fezes, urina, etc.)

Métodos:
Técnica de Esgotamento: A mais utilizada para isolamento de germes em meio sólido (ágar sangue, ágar EMB, etc ), onde se utiliza uma alça de platina, previamente flambada e esfriada
  •  Com a alça de platina, tocar suavemente na amostra.
  • Passar a alça sobre o meio de cultura em movimento de zigue-zague sem sobrepor as linha e sem recarregar a Alça[1].
  • Incubar as placas a 37ºC por 24 a 48 horas
Espalhamento “Pour Plate”: Consiste em fazer uma prévia diluição da amostra e colocar em uma placa de Petri vazia e depois derramar o meio sobre a amostra e agitar para homogeneizar a amostra diluída com o meio de cultura. Técnica:
  • Fazer diluição seriada da amostra, ex. 1/10, 1/100 e 1/1000.
  • Colocar 1 ml de cada diluição em uma placa de Petri estéril
  • Fundir 10 ml de meio sólido e refriar a 65ºC
  • Derramar sobre a amostra na placa e aplicar movimentos suaves na placa para misturar a amostra com o meio;
  • Esperar o meio solidificar novamente e incubar  as placas a 37ºC por 24 a 48 horas
 Espalhamento Pós Plate: Consiste em espalhar a amostra diluída ou não sobre o meio com auxilio da alça de Drigalsky, para obter colônias isoladas.

 Resultados:  Observar as colônias isoladas, caracterizadas pela formação de pontos isolados sobre o meio de cultura, após a incubação.

 Recomendações Para Semeadura de Material Biológico
 Para execução de uma boa semeadura, certas precauções especiais devem ser observadas pelo manipulador, com o fim de preservar a pureza do cultivo e minimizar os riscos de infecção ou intoxicação no Laboratório:

  • Todo processo deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
  • Alça de platina utilizada para semear, deve ser flambada antes e depois da semeadura;
  • As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa
  • Regular a entrada de ar do bico de Bunsen, para obter uma chama azul ( zona de esterilidade );
  • Os tubos ou recipientes com meios de cultura, estéreis ou com material a ser inoculado, deverão ser abertos ou manipulados, somente na proximidade da chama do bico de Bunsen (zona estéril);
  • As manipulações devem ser feitas, preferencialmente, por trás da chama do bico de Bunsen.
  • As alças ou agulhas, de platina ou níquel-cromo, devem ser flambadas imediatamente antes e depois de qualquer transferência. Elas devem ser flambadas em todo seu comprimento, a partir de alguns centímetros do cabo de Kolle, até ao rubro, mantendo-as em posição vertical à chama do bico de Bunsen. Nunca iniciar a flambagem pela extremidade livre da alça ou agulha. Deixar esfriar nas proximidades da chama;
  • Passar, ligeiramente, dentro da chama do Bico de Bunsen, imediatamente antes e depois da transferência, pipetas graduadas estéreis, pipeta Pasteur, ou alça de Drigalsky;
  • Nunca abrir ou deixar aberto verticalmente os tubos ou frascos com culturas, incliná-los a aproximadamente em ângulo de 30º;
  • No caso de tubo com ágar inclinado, este deve ficar de preferência na horizontal. Flambar também a boca dos tubos ou frascos contendo culturas e meios, imediatamente antes e depois da transferência;
  • Nunca depositar a tampa ou tampão de algodão dos tubos ou frascos sobre a bancada ou mesa de trabalho;
  • Descartar pipetas usadas em recipientes contendo soluções detergentes ou desinfetantes;
  • Tratar de dispor o material de trabalho em posição adequada à fácil manipulação, sem riscos de acidentes ou trocas. Manter os tubos, alças e agulhas sempre na posição vertical, em suportes e estantes apropriadas;
  • Identificar adequadamente o material de trabalho.
Conservação das culturas puras
Uma vez que os microrganismos tenham sido isolados em cultura pura, é necessário manter as culturas vivas por um período de tempo com o objetivo de estudá-las. Para armazenar por um período curto, as culturas podem ser mantidas à temperatura de refrigeradores (4 a 10 oC); Para armazenar por um período longo, as culturas são mantidas em nitrogênio líquido (-196 oC) ou em freezers (-70 a -120 oC), ou ainda congeladas, e então desidratadas e fechadas à vácuo em um processo denominado liofilização
Alguns dos mais usados métodos de conservação:
  • Transferência periódica para meios novos
  • Sob camada de óleo mineral
  • Liofilização
  • Congelamento
As coleções de culturas são bancos de microrganismos e outras células que estão à disposição de pesquisadores, professores, investigadores de patentes, e todo aquele que necessite estudar um tipo particular de microrganismos - um conjunto de células de referência de uma coleção de cultura padrão. As células são congeladas em cubas de nitrogênio líquido ou liofilizadas para resistir a qualquer variação que possa destruir a identidade da célula original.

QUESTÕES
  1. O que significa semear um material clinica?
  2. Qual  principio das técnicas de semeadura?
  3. O que significa repicar uma cultura?
  4. Como se obtém uma cultura pura.
  5. Qual importância da cultura pura no diagnóstico de doenças infecciosas?
  6. Para se identificar uma bactéria é necessário se obter uma cultura pura. Por que uma cultura mista conduz a erros de identificação?
  7. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores. Cite-os.
  8. Por que todo processo de semeadura deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
  9. As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa. O que pode ocorrer com as colônias se as placas forem incubadas com a tampa para cima?
  10. Comente sobre os seguintes métodos de conservação de bactérias: a) Liofilização, b) Congelamento, c) Transferência periódica para novos meios, d) conservação sob camada de óleo mineral

6. CONTROLE DE MICRORGANISMOS

6.1. Ação de Agentes Químicos e Físicos Sobre a Microbiota Normal

 

Objetivos: Verificar a ação dos agentes químicos sobre a microbiota residente nas mãos e os fatores que influenciam no processo da assepsia das mãos. Demonstrar técnicas eficiente de assepsia


Princípio: Eliminação parcial dos microrganismos na superfície corpórea pela ação de agentes químicos que não agridem o tecido ( detergentes, sabão, álcool, iodo, etc) e ação mecânica da escovação.

Material: Sabão ou sabonete, escova de unhas, álcool iodado, alcool a 70%, ágar Mueller-Hinton em placas, caldo BHI em tubos, galeria para tubos, salina estéril, swab esteril.

Método
1º Etapa ( AT[1]): Estudo da microbiota das mãos antes da lavagem e assepsia
                Selecionar 5 voluntários da equipe e passar um swab estéril umedecido com salina estéril nas mãos, principalmente entre os dedos e nas unhas. Passar o swab sobre a superfície da placa de ágar Mueller-Hinton, espalhando bem sobre toda a superfície[2] e em seguida colocar o swab dentro do tubo com caldo BHI. Incubar as placas e os tubos a 37ºC por 24 a 48 horas.

2º Etapa: Lavagem  e assepsia das mãos
                Os  5 voluntários da 1ª etapa devem fazer os seguintes procedimentos:

Voluntário 1: Lavar as mãos com água e sabão como faz de costume

Voluntário 2: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min.
Voluntário 3: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min. e passar álcool a 70%, deixando-o agir por 1min. Enxaguar com água destilada estéril
Voluntário 4: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min. e passar PVP-I [3], deixando-o agir por 1min. Enxaguar com água destilada estéril
Voluntário 5: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min. e passar solução de clorexidina, deixando-a agir por 1min. Enxaguar com água destilada estéril


3º Etapa (DT[4]): Estudo da microbiota das mãos após lavagem e assepsia
                Após a lavagem e assepsia das mãos[5] proceder conforme a 1 ª Etapa, utilizando os mesmos voluntários.

Interpretação: Observar crescimento bacteriano pela formação de colônias (fazer a contagem) nas placas e turvação do caldo BHI e anotar os resultados na tabela a seguir:

VOLUNTÁRIOS
AGENTES
Nº de colônias observado no ágar Mueller-Hinton
Crescimento bacteriano (turvação do caldo BHI)
1
Sabão


2
Sabão + Escovação


3
Sabão + Escovação + Álcool 70%


4
Sabão + Escovação + PVPI


5
Sabão + Escovação + Clorexidina




Questões

1.        Defina os termos: Assepsia, Desinfecção, Esterilização
2.        O álcool a 70% utilizado na limpeza das mãos e na limpeza da bancada, são respectivamente: (   ) Antisséptico e Desinfetante; (    ) Desinfetante e Antisséptico; (    ) Somente antisséptico; (    ) Somente Desinfetante. JUSTIFIQUE A SUA RESPOSTA
3.        É possível o médico eliminar todos os microrganismos das mãos antes de fazer uma cirurgia? Justifique a sua resposta
4.        No procedimento da assepsia das mãos utiliza-se álcool diluído a 70%. Porque não se utiliza o álcool concentrado nestes procedimentos/
5.        Qual a importância da microbiota residente na pele?
6.        Quais os fatores que influenciam no processo da assepsia das mãos
7.        Em sua opinião, qual a melhor recomendação para se fazer a assepsia das mãos.
8.        Quais as possíveis fontes de contaminação das mãos na sua vida cotidiana?

Comentários – Assepsia/Microbiota da Pele

Define-se como antisséptico (gr. anti, contra e sepsis, putrefação) toda substância capaz de impedir a proliferação das bactérias, seja inativando-as (efeito bacteriostático), seja destruindo-as (efeito germicida). O vocábulo deveria restringir-se ao emprego em tecido vivos, e.g., na antissepsia das feridas, ao contrário do termo desinfetante, reservado ao caso de substâncias inanimadas, como na desinfecção de fômites ou excretos. Na prática porém tais conceitos nem sempre delimitam perfeitamente, empregando-se como sinônimos a termos antisséptico, desinfetante e germicida[6].
Assepsia é  o conjunto de meios usados para impedir a penetração de germes em local que os não contenha.
A técnica cirúrgica atual é baseada na assepsia: O cirurgião que vai intervir na cavidade peritoneal, normalmente estéril, procura por todos os meios evitar a contaminação do peritônio desinfetando escrupulosamente as suas próprias mãos e calçando luvas previamente esterilizadas, fazendo assepsia da pele do paciente e protegendo o campo operatório por meio de panos estéreis, usando instrumental, fios de sutura esterilizados, etc.
Devido à constante exposição e contato com o meio ambiente, a pele está particularmente propensa a abrigar microrganismos transitórios. Todavia, dispõe de uma microbiota residente constante e bem definida, modificada em diferentes regiões anatômicas por secreções, uso de roupas ou proximidade de mucosas (boca, nariz, áreas perineais, etc. ).
                Os microrganismos residentes predominantes da pele são os bacilos difteróides aeróbios (p.ex. Corynebecterium sp., Propionibacterium); estafilococos aeróbios não hemolíticos (Staphylococcus epidermidis, ocasionalmente Staphylococcus aureus); bacilos Gram-positivos, aeróbios e formadores de esporos ubíquos no ar, na água e no solo; estreptococos alfa-hemolíticos (Streptococcus viridans) e enterococos ( Enterococcus sp. ); bacilos coliformes Gram-negativos e Acinetobacter. Com frequência verifica-se a presença de fungos e leveduras nas pregas cutâneas; as micobactérias não patogênicas e álcool-ácido-resistentes ocorrem em regiões ricas em secreções sebáceas (genitália, ouvido externo).
                Dentre os fatores que podem ser importantes na eliminação de microrganismos não residentes na pele estão o pH baixo, os ácidos graxos das secreções sebáceas e a presença de lisozima. Nem a sudorese profusa e nem a lavagem e o banho consegue eliminar ou modificar significantemente a microbiota residente normal. O número de microrganismos superficiais pode ser diminuindo pela escovação vigorosa diária com sabão contendo hexaclorofeno  ou outros desinfetantes; apesar disso, a microbiota é rapidamente recuperada a partir das glândulas sebáceas e sudoríparas, mesmo quando o contato com outras regiões cutâneas ou com o meio ambiente é totalmente evitada. O uso de curativo oclusivo na pele tende a resultar em acentuado aumento da população microbiana total e também pode produzir alterações qualitativas na microbiota.

6.2. Ação da Rad. U.V. Sobre o crescimento bacteriano

Objetivos: Demonstrar a ação da radiação U.V sobre o crescimento bacteriano

Princípio: Propriedade da luz ultravioleta de agir sobre a bactéria inibindo o seu crescimento pela ação a nível de DNA, onde propicia a formação de dímeros de timina que interferem no mecanismo de replicação, transcrição e tradução de informações genéticas.
Material: Suspensão de bactérias em salina[7] (E.coli, S.aureus, etc.), ágar Mueller-Hinton em placas, swab estéril, álcool comercial, becker de 250ml, bico de Bunsen,
Método:   Introduzir o  swab estéril no tubo contendo a suspensão bacteriana, retirar o excesso[8] e espalhar uniformente sobre toda superfície das 5 placas contendo ágar Mueller-Hinton. Expor as placas a radiação U.V., conforme o esquema abaixo:

Placa 1: não expor à radiação U.V (CONTROLE)
Placa 2: Expor à radiação U.V por 10 seg.
Placa 3: Expor à radiação U.V por 30 seg.
Placa 4: Expor à radiação U.V por 60 seg.
Placa 5: Expor à radiação U.V por 180 seg.

                Incubar todas as placas na estufa a 37ºC por 24 a 48horas

Interpretação:  Observar a formação de colônias em todas as placas e averiguar onde ocorreu maior e menor crescimento. Se possível determinar o nº de colônias em cada placa e  percentagem de inibição em função da placa controle.

Questões

·         Comente o significado da frase: “Ao sair da área de radiação, as placas devem ser colocadas em lugar escuro para evitar a fotoreação”.
·         De que forma podemos demonstrar que a radiação U.V. não ultrapassa o vidro?
·         Qual o mecanismo de ação da radiação U.V. sobre a célula bacteriana?
·         Quais os fatores que interferem no processo de esterilização por radiação U.V?
·         Em que circunstâncias se deve utilizar a radiação U.V. para proceder a esterilização de um material ou produto?
·         Quais as vantagens e desvantagens da esterilização por U.V. sobre outros processos físicos?


[1] Antes do Tratamento;
[2] Ter cuidado para não ferir o meio
[3] PVP-I = polivinilpirrolidona-iodo (povidine)
[4] Depois do Tratamento
[5] Conforme a 2ª Etapa
[6] Assim, p.ex., é comum dizer-se “desinfecção da pele”, quando mais correto seria “antissepsia da pele”.
[7] Equivalente a turvação de 0,5 da escala de Mac Farland
[8] Fazendo uma leve pressão na parede interna do tubo